Make It End

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Deixem-me apodrecer num canto. Deixem que o sangue seque das minhas veias e artérias e que não haja mais vida em mim. Deixem que todos os fungos e germes tomem conta dos meus restos e os transformem em pó.
Deixem-me depois apenas ser nada, deixem-me ser o vazio, a escuridão, deixem-me apenas ser nada, ou ser tudo de sombrio e frio. Deixem-me apenas ser nada, para que esse nada não deixe ficar memórias nem marcas do que um dia eu fui.
Agora põe a tua mão na minha boca, no meu nariz e pressiona, para que por eles não passe mais ar. Não largues até os meus pulmões ressentirem da falta de oxigénio. Não pares… todo o meu corpo abstém-se de qualquer reacção. O meu coração pára de bombear vida para o meu corpo e enfim estou só, enfim estou em paz, enfim posso descansar. Podes ir embora agora, não olhes para trás, não relembres de quem eu fui, deixa-me ser nada, apenas nada agora…




Black Heart

sábado, 7 de junho de 2008

Perdi-te… perdi-te em labirintos de raiva e revolta… perdi-te em longos caminhos de loucura e insanidade… e sinto que quanto mais te tentar procurar, mais presa irás ficar nesse escuro e inseguro labirinto de silvas e perigos escondidos…
Paro. A minha cabeça baixa-se. Fico em silêncio. Fecho os olhos e prendo as lágrimas, que me teimam em cair. Abafo um grito de dor.
Ainda te sinto aqui nos meus braços… ainda sinto o teu cheiro no meu corpo… ainda sinto os teus lábios nos meus…
Calo-me por dentro. Tu passas por mim, mesmo ao meu lado. Tu passas e eu silencio todo o meu ser, para não notares a minha presença. Calo-me, silencio-me, mato-me por dentro.
Tu passas… não me vês… melhor assim… tu passas e vais embora… perdi-te…. Mato o meu coração. Esta noite não volto a sentir. Não me viste… Perdi-te…


§...Eternas saudades…§

quinta-feira, 6 de março de 2008


Tenho saudades tuas…
Sinto a tua falta no mais frio dos desertos, na mais remota das terras, no mais escuro dos lugares… e hoje corri para fugir de ti… e corri para te encontrar… e não consegui parar ate sentir cada pulsar do meu coração como se fosse o ultimo…
E mesmo assim sinto que estou parada, enquanto o mundo continua a girar, e as pessoas a movimentarem-se sem notarem que estou imóvel, fixada no vazio dos meus pensamentos…
Já não sei distinguir o dia da noite, para mim os dias tornaram-se demasiado iguais para eu conseguir diferenciá-los. A imensidão destes sentimentos que carrego dentro do meu peito, parece que não me deixam ver o que me rodeia, como se tivessem construído muros a separar-me do mundo… a separar-me de ti…
E tudo o que eu já vi, tudo a que eu já presenciei, só me faz ter mais medo de tentar derrubar estes muros e libertar-me. Mas dentro do meu coração és tu e apenas tu que vives, agora e sempre…

Eternas saudades…

À espera no jardim...

terça-feira, 4 de março de 2008

Esperei no nosso jardim, tal como tinhas combinado no dia anterior, sentei-me naquele banco com vista para o rio e esperei... Sentia-me feliz, ansiosa. Sempre me senti assim antes de te ver, com o coração aos pulos, inquieto, com uma felicidade imensa de saber que em breve estarias ao meu lado.

O sol era quente e uma brisa suave tocava-me na pele refrescando-a. Sentia o doce aroma das flores, era Primavera e elas à pouco tinham florescido. Os pássaros pareciam voar alegremente, entre voos alados e cantos melodiosos. Respirei bem fundo, sentia-me viva, sentia-me feliz.

Olhei em redor… ainda não tinhas chegado, mas em breve chegarias, eu sei que em breve estarias ao meu lado e eu veria novamente o brilho no teu olhar, aquele brilho especial que só aparece quando olhas para mim, iria rever esse teu belo sorriso, essa tua doçura. Iria novamente sentir o calor do teu abraço…
Em breve chegarias… eu sei que sim… eu breve voltaria a estar contigo… nós combinamos…

Mas tu demoraste…

E eu continuei lá à espera… sentada… e as estações passaram por mim… o frio gelou o meu corpo… e eu transformei-me em pedra… e fique lá, imóvel, à tua espera… e os anos passaram, e os ventos e as tempestades foram sempre cruéis e tentaram-me derrubar, mas eu aguentei, aguentei porque sei que um dia vais lá chegar… e é lá que te espero… tu sabes onde… é lá que sempre irei esperar por ti… naquele jardim… em lugar nenhum…


Other Time...

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Eu sei quem tu és… conheci-te numa vida passada. Eu sei o teu nome, eu sei os teus gostos, eu sei como é o teu sorriso, eu conheço os teus medos… conheço-te quase como quem se conhece a si mesmo… e apesar disso sinto-te tão distante, como se te tivesse conhecido numa outra vida…
Um minuto de tempo tornou-se numa hora, essa hora num dia, esse dia num mês, esse mês num ano… e esse ano… esse ano tornou-se numa eternidade… numa impossibilidade e numa irrealidade que eu já consegui aceitar.
Admiti-lo não foi fácil, mas finalmente reconheci… o que ninguém sabe, o que só eu irei sentir, o que será só meu, eternamente meu, eternamente guardado, na minha caixa de Pandora, que nunca mais ousarei abrir… não prometo para sempre… talvez numa outra vida… possivelmente…
Vou-me esquecer de ti… mas talvez… talvez eu nunca me tenha lembrado…

A espera...

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Não receies, meu Amor… a nossa hora está para breve… já falta pouco… lembra-te daquele momento, quando o sol se punha lá ao longe e o teu olhar foi tão intenso que por momentos me esqueci que existia um mundo à nossa volta…
Espera por mim… longos foram os dias, longos foram os meses de espera, agora peço-te eu, espera por mim…
Voltarei antes que o sol se ponha, antes que a noite te cubra de silêncio e frio… voltarei e o meu abraço irá proteger-te como um escudo de calor, um escudo que te irá livrar de toda a solidão, de toda a dor que o mundo te possa causar…

Esquece o tempo, ignora todos os minutos, todos os segundos, porque o tempo é relativo, e todo o tempo é insignificante perante todo este Amor que guardo no meu peito… não te leves pelo receio de uma espera em vão… eu voltarei, meu Amor, prometo-te que voltarei, e com o tempo verás que na verdade nunca cheguei a partir, pois estive sempre junto a ti, dentro do teu coração, assim como tu estiveste e estarás sempre no meu…

Let me fall...

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Deixa que eu pare de respirar, deixa que eu pare de sentir, deixa que eu morra… sim, deixa que eu morra, deixa-me sentir o frio da morte, pois sei que até o meu gélido corpo morto, será mais quente que a gélida e inútil da minha alma.

Sim, a inutilidade desta alma… esta alma que negligenciou o coração e o tornou apenas mais um pedaço de carne amontoada à restante, que a única função é bombear o meu sangue, apenas para que eu possa permanecer-me viva. Mas de que me vale estar viva, se por dentro estou morta? De que me vale um coração, se este bate sem sentimentos, sem emoção alguma… de que me vale este corpo, se a inútil da minha alma continua a corromper tudo o que poderia trazer novamente sentimentos a este despedaçado coração?

Então deixa que eu caía, deixa que eu rasteje, deixa que eu permaneça sem vida na escuridão, para que depois eu sinta um pouco de felicidade a correr-me pelas veias só por levantar a cabeça… e se eu a levantar corta-ma, pois nesse momento não serei merecedora de sequer um olhar teu.

Waiting...

Haverá maior silêncio? Maior tempestade? Maior dor? Haverá pior sentimento que aquele que sentimos quando perdemos alguém que Amamos, nem que seja por alguns segundos?Haverá maior desgosto do que a sua ausência?... Do que a sua partida sem o nosso consentimento, sem a sua previsão?…

É dor que nos arrasta, é dor que nos despedaça, dor que nos corta o coração vezes e vezes sem conta, até desejarmos não mais desejar… até ao dia que andamos, caminhamos, mas sem vida, sem alma…Haverá maior tortura do que a espera….

Aquela estúpida esperança que não nos deixa desistir, que não nos deixa virar costas, que nos mantém firmes como um escudo, onde apanhamos com todos os destroços do que já foi, do que já não é… e sangramos, sangramos sem parar, sangramos porque as lágrimas já secaram, porque já nem forças temos para estancar a ferida… e sangramos e esperamos que chegue o dia que o sentimento morra, mas no final quem morremos somos nós…

 
by TNB