*...Renascer...*

domingo, 18 de fevereiro de 2007

Nesse dia o céu caiu sobre mim, com tal força que durante muito tempo fiquei derrotada no chão, sem forças para me levantar, mas dentro de mim algo não desistiu, a força do nosso Amor.

Lembro-me do dia em que nos conhecemos, junto a ti tudo parecia divertido, tudo estava envolvo de sorrisos, de brincadeiras, de felicidade. Mal sabia eu que te sentias tão ou mais só do que eu, num mar de solidão que jamais alguém tinha conseguido quebrar. Até que um dia os olhares tornaram-se tão confidentes que conseguíamos ler os pensamentos uma da outra, éramos uma só alma, um só coração que batia apaixonado.

Amei-te de uma forma tão intensa, que tanto sentimento parecia não caber neste mundo. E no momento em que dançávamos perfeitamente sincronizadas numa bela melodia, a música parou.

Nesse dia morri. O coração, esse refugiou-se algures, num sítio que eu nem sei onde é e o chão onde eu antes caminhava com segurança, quebrou-se e separou-se em diversos e perigosos caminhos.

Apenas restou aquela pequena força, a lembrança do nosso Amor, que me fez fazer o possível e o impossível para te voltar a reencontrar, que me fez dar voltas ao mundo, até vender a própria alma, só por um olhar teu.

Quando finalmente vi que a pessoa por quem eu procurava já não existia, o Amor que sentia morreu, foi levado com as memórias e as recordações de um sentimento destruído pela intolerância do Mundo e eu libertei-me de todas as correntes para enfrentar sozinha a vida que ainda tinha em frente.


– Helena – a sua doce voz ao chamar-me fazia com que eu deixasse os meus pensamentos e regressasse. Havia algo naquele olhar que me fazia sentir protegida, segura – Ainda pensas nela? Sentes a sua falta, ainda a Amas? – Vi medo no olhar de Sílvia, uma inquietude e um desassossego imenso.

Decidi ser sincera com ela, o mais possível. Jamais lhe iria omitir o que sentia.

– Eu Amei-a muito, foi o meu primeiro Amor e pensei que nunca mais a iria tirar do meu coração e voltar a gostar de alguém, mas as coisas mudam, as pessoas mudam e eu não posso continuar a Amar alguém que já não existe, eu própria mudei. Ela será sempre uma recordação que irei guardar com carinho no meu coração, mas isso não me impede de Amar alguém mais do que Amei antes. – Vi que no seu olhar o medo tinha crescido ainda mais, li nos seus olhos “Não me deixes…”, enquanto que o meu coração sussurrava: “Amo-te a ti, mas também eu tenho receio de o admitir e de o sentir” – Não te deixo por nada deste mundo Sílvia, entraste no meu coração de uma forma que ninguém consegue tirar, nem eu deixaria. Em ti já me perdi e não me quero nunca mais encontrar…

“E eu Amo-te a ti…” disseram-me os seus olhos que acolheram os meus com ternura. Meus braços rodearam o seu corpo e senti o coração de Sílvia a bater apressado em sintonia com o meu.

Lá ao fundo o sol deitava-se preguiçoso, deixando o seu calor naquele abraço. Senti Sílvia apertar-me com mais força.
– Adoro-te.
– Também te Adoro.

E meu coração voltou a nascer.

3 comentários:

Anónimo disse...

Olá!
Desculpa invadir o teu cantinho, mas vi o endereço no fórum ex-aequo e vim "cuscar".
Adorei o modo como te expressaste.
Continua assim, que se não te importares continuarei a visitar"-te".

Anónimo disse...

Já dizia o poeta "De repente, os olhos são palavras" e se há pessoas capazes de ler determinadas coisas num simples olhar significa que algo mt forte as une.

Espero que desenvolvas a história.

Beijo

Anónimo disse...

Depois de ler o que escreveste da para perceber que és uma pessoa sensivel. Identifiquei-me com algumas situações. As tuas palavras são como as pedras que me feriram o coração. Espero que desenvolvas esta tua faceta de escritora. Vou continuar a "ler-te".
Beijo

Joana

 
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